segunda-feira, 12 de abril de 2010

A Misericórdia na vida missionária

“Ide e aprendei o que significam estas palavras:
Eu quero a Misericórdia e não o sacrifício.
Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores”.
(Mateus 9, 13)

O chamado de Deus para vida de um cristão missionário pode sim ter suas renúncias, suas dores, suas cruzes, mas não devemos nunca nos esquecer e enriquecer a vida do que mais experimentamos de Deus em nossa caminhada... A Misericórdia!
Toda a história do povo de Deus foi banhada dessa graça única e fiel, mesmo diante da fragilidade de um povo que muitas vezes procurava deuses visíveis para se sentirem seguros e confirmados em seu chamado de seguir até a terra prometida.
Vejo que toda essa caminhada do povo do antigo testamento, (40 anos no deserto) foi um preparo para escrevermos a nossa história, o nosso tempo que manifesta um Deus Paciente, cheio de Bondade e Justiça, que se deixa conquistar com nossa miséria humana, derramando sobre nós sua Misericórdia Infinita!

Muitas vezes caminhamos na incerteza de: “que utilidade nós, pecadores, temos para Deus que é Riquíssimo de tudo, de Qualidades, de Dons, de Poder?”. Não entendendo que Ele nos escolhe para realmente manifestar a Sua Glória, Sua Majestade e Poder; para também experimentarmos a Graça da Salvação vinda em Jesus Cristo, do seu Coração Manso e Humilde!
Por meio de Sua Misericórdia, Ele nos ensina e pede que sejamos misericordiosos também com nossos irmãos, pois somos reflexo do seu Amor e Beleza, Bondade e Fidelidade ao Pai que nos chamou à vida.
Vemos cada vez mais por aí no mundo pessoas impacientes, irritadas, solitárias, tristes, agressivas, depressivas e percebemos que o que falta é um diálogo aberto, cheio de caridade, de acolhimento, de Misericórdia! Um “quebrar as pernas”, na linguagem mais popular, quando um vem grosseiro e o outro retribui com mansidão e caridade.

A palavra diz: “Aprendei de mim que sou Manso e Humilde de Coração e achareis repouso para as vossas almas...” (Mateus 11, 29)
Aprendei do Mestre e sua vida se enriquecerá de bênçãos, de graças, de repouso na luta diária; no cansaço do trabalho físico, espiritual, humano, psíquico, familiar...
Quando Deus precisa ser justo, sua justiça é com Amor e é, bem aí, que nós, missionários, somos mais constrangidos e felizes; um amor que não condena e destrói, mas um Amor que quanto mais pensamos que o ofendemos, mas Ele vem e diz: Eu te Amo! És precioso para mim!
Sentimo-nos constrangidos por esse Amor que nos supera e até fere, porque na nossa justiça humana nos condenaria “à morte” por O termos ofendido com nossos pecados, ofendido tanto a Deus como os que mais amamos!

Misericórdia é no pé da letra CONSTRANGIMENTO!

Eu teria milhares de testemunhos sobre a Misericórdia de Deus em minha vida, mas acho que vale a penas ressaltar um pequeno detalhe.
Quando uma vez me senti a pior pecadora do mundo, por muitas vezes não conseguir ser melhor como consagrada, como pessoa, como filha de Deus e irmã dos homens, me vi diante da Eucaristia que caia aos meus pés no meio de uma celebração. Quando Jesus caiu diante de mim na Eucaristia achei que Ele me condenava por eu ir comungar da forma que eu estava, mas a palavra de sabedoria dada a outro irmão de comunidade, que nem sabia o que eu vivia naquele momento, foi que era para eu ter comungado aquela Hóstia que havia caído, pois Jesus foi até aonde eu estava (no chão) para se erguer comigo.

Nunca tenhamos dúvidas dessa verdade que só os corajosos vivem:
A Misericórdia de Deus é uma obra constrangedora de Amor na vida dos seus filhos, servos e missionários!

Regina Andrade
Com. Recado

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